Como programação do “Novembro Negro”, seminário debate políticas públicas de educação para promoção da igualdade racial, no Malês
Fazendo parte da programação em homenagem ao Dia da Consciência Negra, comemorado no último dia 20 de novembro, está sendo realizado, no auditório do Campus dos Malês, o seminário “Educar para a Diversidade Étnico-Racial e Experiências da Diáspora – O Mar que nos une”. A programação inclui painéis sobre políticas públicas de educação para promoção da igualdade racial e enfrentamento ao racismo institucional nos espaços escolares.
Estiveram presentes na mesa de abertura a diretora do campus, professora Matilde Ribeiro; o representante da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial (Sepromi), Antônio Carlos; a representante do Núcleo Regional de Educação do Recôncavo, Patrícia Dávila; o estudante Táta Luangomina, representando os estudantes do Campus dos Malês; e os representantes dos GT Universidades, os professores Francisco Silva, Otto Agra e Márcio André da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) e Unilab, respectivamente.
O objetivo do evento foi contribuir para a integração entre os estudantes e a população de São Francisco do Conde/BA para fortalecer o debate em torno das políticas de promoção da igualdade racial no território do Recôncavo. Para o professor da UEFS, Otho Angra, “é gratificante estarmos nesse seminário, em uma universidade pública, falando para uma expressiva quantidade de estudantes do Ensino Básico sobre ações contra o racismo”, afirmou.
O evento também dialogou sobre a importância do debate étnico-racial no âmbito da educação no contexto territorial da região e, de acordo com Patrícia Dávila, “já tivemos muitas conquistas no âmbito da educação nessa temática e, hoje, o jovem de baixa renda tem a possibilidade de estudar o curso que quiser. Há um tempo, as vagas das universidades públicas eram privilégios de poucos”, disse ela.
No painel temático sobre “Racismo institucional nos espaços escolares: da Educação Básica ao Ensino Superior”, o professor da Unilab, Carlindo Fausto, salientou que “existe um racismo institucional nas práticas das universidades e isso é consequência da história do racismo na sociedade brasileira. Há uma cultura que as composições dos espaços administrativos são preenchidas por pessoas de cor branca”. Na tentativa de mudança desse quadro, ainda segundo ele, “é preciso uma alteração nos currículos escolares para alcançarmos o objetivo de igualdade de culturas”, afirmou.
O seminário teve relatos de experiências dos estudantes da Unilab e contou com a participação de professores e discentes dos Ensinos Superior e Básico.
O encontro foi organizado pelo grupo de trabalho da Rede de Combate ao Racismo e à Intolerância Religiosa da Bahia que é composto por representantes de universidades federais e estaduais da Bahia (Unilab, UFBA, Uneb, Uefs, Uesc e Uesb), em parceria com as Secretarias de Promoção da Igualdade Racial (Sepromi) e da Educação (Seduc).