Mestrado em Humanidades realiza mesa redonda sobre Literaturas de Autoria Feminina em Língua Portuguesa
O Mestrado Interdisciplinar em Humanidades realiza, na próxima quarta (30), das 14h às 17h, no Auditório II do Campus das Auroras, em Redenção/CE, a mesa redonda “Panorama atual das Literaturas de Autoria Feminina em Língua Portuguesa, entre África e Portugal”.
O evento, que emitirá certificado aos participantes, terá como palestrantes os professores Nefatalin Gonçalves, Lilian Barbosa e Izabel Teixeira. A mediação será feita por Vítor Pereira, professor da Unilab, que também é responsável pela organização.
A mesa redonda será constituída de dois momentos. No primeiro, a professora da Universidade de Pernambuco (UPE), Lilian Barbosa, fará palestra com o seguinte tema: “Do Lirismo ao Erotismo, entre África e Portugal: Ana Paula Tavares e Maria Teresa Horta”. Em seguida, o professor Nefatalin Gonçalves, da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), faz palestra intitulada “Entre Cravos e grades: apontamentos sobre o feminino na literatura portuguesa pós-Revolução de abril”.
Sobre a primeira palestra, Lilian Barbosa apresentou o seguinte resumo: “A exposição em questão pretende realizar uma leitura analítica da temática feminina nas obras poéticas da angolana Ana Paula Tavares e da portuguesa Maria Teresa Horta. Dentre os aspectos a se destacar, valorizaremos, em especial, a sensualidade e o erotismo. Trataremos de assuntos ligados a tais temáticas, bem como à problematização do fato de as duas serem mulheres produzindo literatura em um universo majoritariamente masculino”.
Ana Paula Tavares e Maria Teresa Horta são duas vozes das mais significativas da cultura literária de língua portuguesa contemporânea; suas escritas possuem uma linguagem sutil e ao mesmo tempo forte. As metáforas revelam e escondem, num jogo pleno e bem delineado, entre significado e significante, as percepções eróticas do feminino em África e em Portugal.
Já o professor Nefatalin Gonçalves irá destacar o papel da literatura feminina a partir de um contexto histórico determinado. “Desde o que se compreende como o surgimento da sociedade portuguesa até 1974, a mulher é relegada, com raras exceções, como voz subserviente. Com a democratização surgida por conta da ainda recente Revolução dos Cravos, ela passa a ter voz e vez em diversos espaços sociais, dentre eles, a Literatura. Diante disso, a nossa proposta de trabalho será pautada em pensar qual percurso essa mulher realiza – enquanto personagem de romances de autoria feminina (Lídia Jorge e Dulce Maria Cardoso), contrapondo a essa a visão que os escritores contemporâneos (José Saramago e Almeida Faria) têm a respeito da construção dessa autoria (feminina)”, ressaltou Gonçalves.