Professora da Unilab tem projeto de pesquisa aprovado em edital da Fundação Carlos Chagas
A professora do Instituto de Humanidades e Letras (IHL) da Unilab, Vera Rodrigues, teve o projeto de pesquisa “Trajetórias Negras e Ações Afirmativas na Universidade Federal do Rio Grande do Sul” aprovado no edital “Negros e Negras nas Ciências”, realizado pela Fundação Carlos Chagas (SP), com apoio da Fundação Ford (USA).
“A aprovação do nosso projeto de pesquisa evidencia a produção de conhecimento e protagonismo da Unilab no cenário acadêmico de pesquisas de porte. A Fundação Carlos Chagas recebeu 75 projetos. Destes, 66 foram avaliados e somente 5, dentre eles o nosso, foram contemplados. Isso, me parece revelador do potencial que a nossa universidade agrega”, sublinha a professora. Ela acrescenta ainda que o projeto conta com a co-autoria de uma pesquisadora brasileira sediada em uma universidade estrangeira, a professora doutora Luanda Sito, da Universidade de Antioquia/Colômbia, o que abre canais de diálogo e espaços de cooperação na perspectiva da diáspora afrolatina, já que o projeto prevê desdobramentos futuros em nível internacional.
Vera Rodrigues explica que o projeto tem como proposta analisar experiências de boas práticas voltadas tanto para atrair e qualificar jovens negros e negras nas áreas das Ciências Exatas, Biológicas, da Saúde e Tecnológicas, quanto para fomentar sua participação em ações de pesquisa na graduação e pós-graduação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). “O projeto visa contribuir para a consolidação de dados qualitativos, ao identificar como universitários negras e negros participam no campo das ciências. Contemplando o aspecto subjetivo das políticas públicas, a proposta de pesquisa tem o propósito de contribuir na seara dos estudos sobre ações afirmativas e desigualdades raciais no ensino superior, a partir de uma leitura discursiva e antropológica”, destaca.
A intenção é analisar as trajetórias de universitários negros(as) da UFRGS nas áreas de exatas, tecnológicas e saúde, egressos de cursos de pré-vestibulares populares, ou seja, cursos que se configuram pelo voluntariado, gratuidade e recorte de raça/cor e/ou classe social. Estes cursos, explica a professora, preparam jovens negros(as) e pobres para ingressar no ensino superior, especialmente a universidade pública.
A pesquisa será desenvolvida em duas fases: levantamento de dados sobre os processos de constituição sócio-histórica dos referidos cursos com base em análise documental e entrevistas semi-estruturadas com os sujeitos participantes; e análise da representatividade estudantil negra na UFRGS, a partir de entrevistas com integrantes dos órgãos de acompanhamento das políticas de ação afirmativa na universidade e realização de grupo focal com universitários(as) autodeclarados negros(as).