Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira
Universidade Brasileira alinhada à integração com os países membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP)

Fortalecimento de relação institucional e busca de parcerias marcaram a missão da Unilab a Guiné-Bissau

Data de publicação  07/06/2021, 18:03
Postagem Atualizada há 3 anos
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Reunião com representantes da Escola Nacional de Administração, onde a pró-reitora Artemisa Candé Monteiro assinou protocolo de intenções

A missão oficial da Unilab a Guiné-Bissau – por meio da pró-reitoria de Relações Institucionais e Internacionais (Prointer) – trouxe como focos o fortalecimento das relações institucionais e a sustentabilidade do processo de internacionalização da Universidade. A missão institucional ocorreu entre os dias 10 a 25 de maio, e inclui encontros com representantes do governo guineense, além de integrantes de instituições de ensino e egressos da Unilab.

“Os resultados da missão na Guiné-Bissau ecoarão hoje, mas principalmente amanhã. Teremos resultados em curto, médio e longo prazo. Importa reforçar que alguns dos resultados não são quantificáveis, pois trata-se de relações diplomáticas e epistêmicas, cujos ganhos políticos para a Unilab são inquestionavelmente indescritíveis”, afirma Artemisa Candé Monteiro, pró-reitora de Relações Institucionais e Internacionais, que representou a Unilab nessa missão internacional.

Pró-reitora da Prointer, Artemisa Candé Monteiro, e embaixador do Brasil na Guiné-Bissau, Fábio Franco, em encontro com o presidente de Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló (direita)

A viagem resultou em renovação de acordos, antes vencidos, trocas de experiências, estabelecimento de protocolos de intenções, parcerias e novos acordos, sobretudo com instâncias do governo guineense. No encontro com o presidente da república de Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, Monteiro relata que o mandatário conhecia a Unilab e, embora o país não tenha um instituto de bolsas, ele comprometeu-se em articular parcerias, para que haja contrapartidas por parte do governo guineense. O compromisso foi estabelecido diante da contribuição da Unilab que, ao longo de uma década, soma o quantitativo de 590 egressos oriundos de Guiné-Bissau. Esse e outros dados foram apresentados ao presidente e também à ministra de Negócios Estrangeiros, Suzi Barbosa, em relatório sobre a formação de estudantes guineenses na Unilab.

“É a primeira vez que uma missão da Universidade é recebida por presidente de um país, isso mostra a potência da Universidade ao longo destes 10 anos, tanto no que refere a sua importância na formação dos quadros dos países parceiros, quanto a sua dimensão da internacionalização na CPLP”, salienta a professora Artemisa Candé Monteio. Ela lembra que a Unilab é a universidade com maior número de estudantes guineenses, fora de Guiné-Bissau. “Isso mostra a necessidade de reaproximação da nossa instituição com os países parceiros, com as instituições responsáveis pela educação superior e pesquisa, e com as agências de fomento de bolsas de estudo”, destaca.

Novos acordos e protocolos de intenção

Encontro para renovação de protocolos, com o Ministério da Educação e Ensino Superior da Guiné-Bissau

Em reunião com representantes do Ministério da Educação Nacional e Ensino Superior de Guiné -Bissau, houve a renovação do acordo com a Unilab estabelecido em 2011. Também nesse encontro, o Ministério demandou que a Unilab auxiliasse na capacitação dos professores das escolas de formação de Guiné-Bissau e discutiu-se sobre a importância de Guiné-Bissau escolher cursos vocacionados para seu desenvolvimento institucional. Na ocasião, a professora Artemisa Candé Monteiro também obteve a nova grade curricular de Guiné-Bissau, – desde o ensino básico até o ensino médio -, para que os cursos de licenciatura da Unilab possam auxiliar os estudantes no estágio curricular nas escolas, com base nos conteúdos curriculares de ensino. “Esse acesso à grade curricular, em diferentes níveis do ensino, permitirá à Unilab repensar o processo seletivo [de estudantes estrangeiros] e, consequentemente, os diferentes PPCs dos cursos. Volto a falar da necessidade do semestre zero para o nivelamento dos novos ingressantes. Insisto, temos que levar a sério as peculiaridades históricas e pedagógicas dos currículos dos países parceiros e suas disparidades. Não apenas em língua portuguesa, mas em todas as áreas”, destaca Monteiro.

Ela enfatiza ainda que, em outros países, existe a proposta do ano zero, no qual é feito um nivelamento em línguas e em outros conteúdos. “Na Unilab, cada vez mais, sinto a necessidade da inserção dos conteúdos que permitirão ao estudante internacional se integrar com menos dificuldades à comunidade acadêmica e à sociedade brasileira de modo geral. O acesso a legislações e normativos nacionais é um dos pontos relevantes. Além da inserção no semestre zero, a contribuição dos africanos na formação do Brasil pode contribuir na construção de conteúdos que possam diminuir o racismo e a xenofobia”, explica.

Encontro com integrantes do Instituto Nacional de Ensino e Pesquisa

A missão internacional inclui, ainda, reuniões com representantes do Ministério da Educação Pública, Instituto Nacional de Ensino e Pesquisa, além das Escolas Nacionais de Administração e de Saúde. Nos encontros, alguns dos temas destacados foram além da demanda de prestação de auxílio na formação de docentes, a promoção de intercâmbios, de mobilidade acadêmica, de publicações conjuntas e do estágio curricular. “O estágio internacional vai permitir que os estudantes, assim que retornarem ao Brasil, eles tenham o estímulo de terminar [o curso] e retornar ao seu país, porque já vai ter um contato institucional”, opina Monteiro. Ela acredita que isso permitirá a inserção dos estudantes nas estruturas do Estado, por meio da experiência de estágio.

Outro local visitado pela pró-reitora da Unilab foi a Escola Nacional de Educação Física e Desportos de Guiné-Bissau (Enefd). “O projeto capoeira (Enefd/CPLP/ABC/Unilab) é extremamente importante, e a Unilab está auxiliando a Enefd neste projeto, através de um grupo de docentes extremamente qualificados e com expertise na área, como praticantes de capoeira e como pesquisadores, com trabalhos acadêmicos muito relevantes sobre o tema”, ressalta Monteiro. 

Pró-reitora Artemisa Candé Monteiro, em visita à Escola Nacional de Educação Física

Processo de internacionalização

Uma próxima visita internacional presencial deverá acontecer em Angola, onde também deverá ser pautada a necessidade de estabelecer parcerias, no que se refere a contrapartidas para que a internacionalização seja sustentável. “A internacionalização é um dos aspectos prioritários da gestão do reitor Roque Alburquerque, isso permitiu que a Prointer centrasse na reaproximação com os países parceiros”, afirma Monteiro.

Ela pontua que São Tomé e Príncipe já sinalizou a necessidade de participar de uma parceria, a exemplo do que aconteceu com Moçambique que, por meio de um acordo de cooperação, prevê ofertar até 180 bolsas de estudos para estudantes moçambicanos. “Tendo contrapartida desses países, teremos participação mais efetiva de estudantes [estrangeiros] a cada semestre, e também a possibilidade de escolha dos cursos vocacionados a esses países. Guiné-Bissau, por exemplo, já manifestou inclusive interesse pelo curso de Agronomia”, pontua a pró-reitora.

Encontro entre a pró-reitora Artemisa Candé Monteiro e egressos guineenses da Unilab

A visita a Guiné-Bissau e outras previstas fazem parte da missão “Unilab e CPLP, 10 anos depois”, iniciada com um seminário sobre internacionalização, realizado em fevereiro deste ano. Sobre essa vocação internacional da Unilab, Monteiro relata que, em visita a uma universidade, em Guiné-Bissau, encontrou cinco estudantes formados pela Unilab, atuando como professores. E ainda ouviu, em encontro com os egressos, relatos positivos sobre a formação no Brasil (Bahia e Ceará), e a inserção dos formados no mercado de trabalho em Guiné-Bissau, sobretudo na área da docência. “Isso é muito importante para nós, porque sentimos que estamos contribuindo realmente; esse é o retorno que a gente precisava identificar, para ter mais esse norte de insistir que essa internacionalização realmente é importante”, aponta Monteiro.

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