Estudante da Unilab conquista três medalhas durante as Paralimpíadas Universitárias, realizadas em João Pessoa
O discente, que é cabo-verdiano, foi ouro no Lançamento de Dardo, prata no Arremesso de Peso e bronze no Lançamento de Disco – todas elas modalidades do Atletismo
Estudante da Unilab, Ivanildo Tavares de Moura (centro), no pódio das Paralimpíadas Universitárias, realizadas em João Pessoa/PB.
O estudante do curso de Engenharia de Energias da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab) Ivanildo Tavares de Moura conquistou três medalhas durante as Paralimpíadas Universitárias, evento que ocorreu neste mês de outubro em João Pessoa (Paraíba). O discente, que é cabo-verdiano, foi ouro no Lançamento de Dardo, prata no Arremesso de Peso e bronze no Lançamento de Disco – todas elas modalidades do Atletismo. Ivanildo competiu na categoria F55, para atletas cadeirantes.
“Há três anos tive uma lesão medular e fiquei paraplégico. Logo ali pensei que tudo tinha acabado, porque eu era muito ativo no mundo do esporte. Daí conheci o esporte no Hospital de reabilitação Sara Kubitschek e tive que me readaptar a novos esportes e procurar um com o qual poderia me identificar”, relembra o estudante. Na sua trajetória, Ivanildo enfatiza a importância da prática esportiva, capaz, segundo ele, de transformar vidas. “Foi muito importante porque [o esporte] mudou a minha vida, a minha forma de pensar sobre a vida e que, nós, como pessoas com deficiência, podemos tudo. É como sempre falo, o esporte salva vidas e durante as Paralimpíadas Universitárias vi isso. Foi um momento único poder conhecer histórias de superação de vida de cada atleta”, conta.
O estudante divide seu tempo entre estudos na Unilab e treinamentos, que acontecem em Fortaleza/CE. Apesar das dificuldades em conciliar a vida de atleta e de acadêmico, ele relata sua motivação para seguir e compartilhar sua trajetória de vida. “É preciso saber separar as coisas, ou seja, amar as duas coisas [esporte e estudo] para não prejudicar o nível acadêmico. Há 3 anos, quando tive a lesão medular, deixei os estudos porque psicologicamente eu não tava bem, mas agora que conheci o esporte tudo mudou. Tenho mais vontade de terminar os estudos e partilhar minhas experiências com Pcd [Pessoas com deficiência]”, aponta.
Bolsas Inclusão na Unilab
O estudante Ivanildo Tavares de Moura está entre os dez estudantes contemplados pela Bolsa Inclusão da Unilab, destinada a estudantes com deficiência, concedida em caráter emergencial, relativo ao retorno de atividades acadêmicas presenciais. A Bolsa Inclusão constitui-se em um apoio financeiro no valor de R$400, por seis meses, ao discente de graduação presencial com deficiência (física, intelectual, auditiva, visual e/ou transtornos do espectro autista e outras síndromes e transtornos).
“Essas bolsas têm o intuito de apoiar o aluno no processo formativo dele. E o aluno que tem deficiência, principalmente física, com dificuldade de mobilidade, não tem o transporte especial na nossa instituição, então ele requer outros recursos para se deslocar até a universidade. A Bolsa Inclusão, que é do Projeto Incluir, encerrará em dezembro e aguardamos recursos na nossa LOA [Lei Orçamentária Anual] em janeiro, pra que possamos não só garantir o que já temos [10 bolsas], como ampliar as nossas bolsas”, esclarece a pró-reitora de Políticas Afirmativas e Assistência Estudantil (Propae) Mara Rita Duarte de Oliveira.
Ela também explica que a oferta dessas bolsas, dentro do Programa Incluir, é um dos conjuntos de ações dentro da Coordenação de Direitos Humanos e Ações Afirmativas (CDHAA) e do Núcleo de Inclusão, Acessibilidade e Diversidade (Niadi), este criado em 2021, quando também foi aprovada a Resolução 55, na qual aprova a Política de Inclusão e Acessibilidade da Unilab, para ser implementada no prazo de dez anos. “As nossas ações fundamentais hoje são poder fazer a formação dos professores, o acolhimento da pessoa com deficiência, assim como o acompanhamento dela no seu processo formativo e atendê-la também a partir de tecnologias assistivas”, aponta Oliveira.
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