Formandos durante cerimônia de colação de grau. Foto: Sabrina Moura.

A cada semestre, a certeza de trilhar o bom caminho institucional é confirmada nas cerimônias de colação de grau da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab). Na última quinta-feira (3) colaram grau, no Ceará, concludentes dos cursos de Administração Pública presencial e na modalidade a distância; Agronomia; Antropologia; Enfermagem; Engenharia de Energias e Humanidades e das licenciaturas em Ciências Biológicas; Física; História; Letras – Língua Inglesa; Letras – Língua Portuguesa; Pedagogia; Química e Sociologia.

O reitor da Unilab, Roque Albuquerque, destacou os números da universidade, que já formou mais de 4 mil profissionais, sendo mais de 1.300 internacionais. Albuquerque também pontuou a importância de somar esforços pela concretização de uma universidade ainda jovem. “As diferenças mantêm nossa identidade. Universidade, por natureza, é diversa e uma. Agora é hora de consolidar a Unilab e nos unirmos em torno de um projeto coletivo, não individual. É sobre um sonho chamado Unilab”, sublinhou.

Foto: Sabrina Moura.

Feliz ao lado da mãe e avós, Andressa Paola celebrava a conclusão do curso de Enfermagem, uma trajetória marcada por dificuldades de saúde, mas também garra e determinação. “Estou em êxtase, muito feliz, hoje é um dos melhores dias da minha vida. Durante o curso passei por internamentos por conta de uma doença autoimune e, em 2021, tive Covid-19, fui intubada, meu estado era bem grave. Além disso, faço hemodiálise três vezes por semana. Isso poderia ter me impedido de continuar, mas decidi prosseguir, não fugi da raia, perseverei. Hoje essa vitória tem um sabor ainda mais especial”, declarou.

Andressa Paola com os avós. Foto: Sabrina Moura.

Os avós José de Souza e Maria Augusta de Souza, de 86 e 83 anos, respectivamente, testemunharam a vitória sonhada da neta. “Sinto-me muito prestigiado. Trabalhei duro para criar sete filhos e hoje tenho netas formadas, estou sinto feliz e tranquilo”, disse José de Souza. A família é natural de Acarape, município onde fica a Unidade Acadêmica dos Palmares.

A alegria também estava no rosto de Aldair Gomes, guineense de 33 anos que concluiu o curso de Agronomia. “Meu pai era produtor rural, nós somos uma família de produtores. Quando vi a oportunidade de fazer o teste para a Unilab, não pensei uma vez, fiz e, quando vim para cá, foram muitos sacrifícios, enfrentei obstáculos, mas fiquei muito orgulhoso de mim mesmo ao concluir. Sempre quis fazer esse curso, pensava nisso quando ia pro campo ajudar minha família e, agora, o conhecimento científico me impulsionará ainda mais”, conta.

Início de novos ciclos

Foto: Sabrina Moura.

Um ciclo se fecha e outro começa. Assim tem sido para o egresso do curso de Pedagogia, Tiago Freitas. Formado primeiramente no Bacharelado em Humanidades, o concludente agora de Pedagogia já cursa mestrado em Educação na Universidade Estadual do Ceará (Uece). “A Unilab é minha alma mater. Entrei aqui em 2017, com 17 anos, lembro o dia que minha mãe veio assinar o documento por mim, porque eu ainda era menor de idade. O sentimento é de continuar na luta pela Educação. A Pedagogia da Unilab tem um diferencial muito grande, que é a questão étnico-racial, e quero disseminar o que aprendi aqui, inclusive, meu projeto de pesquisa do mestrado nasceu na Unilab”, destacou.

Continuar estudando também faz parte dos planos da guineense Leurana Lopes, 26 anos, concludente do curso de Sociologia. “Pretendo fazer mestrado e doutorado aqui no Brasil, atuar na minha área e constituir uma família. Estou muito feliz e esperançosa, porque tenho certeza de que fiz uma boa escolha com o meu curso”, aponta.

Foto: Sabrina Moura.

Sonhos

Gratidão e reconhecimento foram os sentimentos destacados com relação a familiares e amigos que ajudaram os concludentes a trilhar o caminho da formação universitária.

“Estou representando sonhos, lutas, resiliência, compromisso em servir da melhor forma possível a sociedade. A oralidade não dá conta de externar nossa imensa alegria”, disse Adriano Cassulê, concludente de Administração Pública presencial. Também imbuído deste senso de coletividade, Weslley Cézar, concludente de Letras – Língua Inglesa, destacou o convívio alegre com os colegas e a realização de um sonho “que não é só nosso, mas dos nossos pais e avós”.

Foto: Sabrina Moura.

Messias Eduardo, agora engenheiro agrônomo, fez uma metáfora sobre tornar-se semente. “Tornamo-nos sementes livres para produzir em qualquer parte do mundo, por isso sementes da liberdade”.

Karolayne Lima, concludente de Ciências Biológicas, destacou as novas possibilidades que se apresentam aos formados e, no mesmo sentido, André de Lima, da Administração Pública EaD, afirmou confiança na capacidade de tomar boas decisões na vida e na carreira. “Seguiremos um caminho de integridade e renovação”, disse.

Foto: Sabrina Moura.

Pandemia marcou formação

A pandemia de Covid-19 marcou os últimos anos em vários aspectos. Para os estudantes universitários, houve a instauração de uma nova realidade, marcadamente on-line, e novas sociabilidades. Os oradores da colação de grau lembraram as importantes perdas de familiares e amigos e a solidariedade vivenciada.

“Enfrentamos juntos uma série de dificuldades, ampliando nossa reflexão sobre desigualdades e injustiças”, lembrou Renara Régia, concludente do curso de História. A formanda Jandira Dala, do curso de Letras – Língua Portuguesa, sublinhou a dor de perder familiares que proporcionaram a realização de concluir uma graduação.

Prêmio Optica

Foto: Sabrina Moura.

Durante a cerimônia, foi entregue o Prêmio Optica, uma iniciativa do projeto Unilab Student Chapter, formado por professores e estudantes unilabianos com o objetivo de promover a excelência acadêmica e incentivar a participação dos discentes em projetos de pesquisa e extensão, homenageando estudantes que conseguiram se engajar de forma bem-sucedida nas atividades acadêmicas. Receberam o prêmio: Adriano Francisco Boaventura Cassule, do Instituto de Ciências Sociais Aplicadas; Antonio Carlos da Silva, do Instituto de Humanidades; Jandira Miguel Dala, do Instituto de Linguagens e Literaturas; Joelma Capungo Machado, do Instituto de Ciências Exatas e da Natureza; Messias João Eduardo, do Instituto de Desenvolvimento Rural; Paulo Francisco Nginga Gaspar, do Instituto de Engenharias e Desenvolvimento Sustentável; e Jair Morna Djú, como melhor aluno internacional.