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Comemoração da Independência de Angola na Unilab é marcada por emoção e patriotismo dos estudantes

Data de publicação  21/11/2023, 10:39
Postagem Atualizada há 5 meses
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Na tarde do dia 8 de novembro de 2023, no auditório Administrativo do Campus da Liberdade, em Redenção/Ceará, aconteceu, sob forte emoção e muita manifestação de patriotismo, a mesa de abertura das festividades pelos 48 anos de independência de Angola (dipanda), sob o lema: “Angola: rumo ao desenvolvimento, com foco na educação, para a emancipação da sociedade”.

Um dos momentos mais emblemáticos desta cerimônia foi quando os estudantes se puseram de pé para cantar o Hino Nacional de Angola. Embora este seja, normalmente, um ato recorrente e protocolar, naquele momento, o canto coletivo que tomou conta do auditório parecia, além de exaltar a independência, querer apagar as distâncias e aparar as saudades da terra natal, emocionando a todos os presentes e evidenciando um veio patriótico muito vivo e presente no coração dos estudantes angolanos que, a plenos pulmões, louvaram sua pátria e cantaram em uma só voz: “Ó Pátria, nunca mais esqueceremos/Os heróis do quatro de fevereiro/Ó Pátria, nós saudamos os teus filhos/Tombados pela nossa independência.”

Desta forma, cumpriram com louvor, logo na abertura das festividades, o objetivo deste evento, que era promover a reflexão sobre a importância da dipanda para a angolanidade e para a construção de um país melhor para todos os angolanos, bem como partilhar com a comunidade acadêmica na Unilab a necessidade de criação e consolidação de um espírito patriótico na atualidade.

Ciente da importância desta data, a Gestão Superior deu todo o apoio para a realização do evento e, claro, marcou presença de forma maciça. Assim, a mesa de abertura contou com a participação da Vice-Reitora, no exercício do reitorado, a Profª Dra. Cláudia Carioca; o Pró-Reitor de Políticas Afirmativa e Estudantis (Propae), Prof.  Dr. Segone Cossa; a Pró-Reitora de Extensão, Arte e Cultura (Proex), Profª Dra. Kaline Girão; o Pró-Reitor de Graduação (Prograd), o Prof. Dr. Thiago Moura, o Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-Graduação (Proppg); Prof. Dr. Carlos Henrique Pinheiro, além de um representante do coletivo das Associações dos Estudantes Africanos na Unilab-Ce, Eurico Sampa, e do presidente da Associação dos Estudantes Angolanos na Unilab, Amarildo Diva.

Logo na sua fala de abertura, a Vice-Reitora elogiou os estudantes pela forma como eles cantaram o hino do país. “Eu fiquei prestando atenção no momento que vocês estavam cantando o hino [nacional de Angola]. Eu acredito que toda esta mesa percebeu a mesma coisa que eu percebi: a forma como vocês cantaram o hino de Angola foi muito emocionante. Nós sentimos daqui o amor, o respeito, o orgulho e o compromisso de todos vocês. Nós sentimos muitas coisas, a partir das emoções que vocês estavam aí nos mostrando, através desse momento único que foi cantar o hino de Angola”.

Sobre a celebração pelos 48 anos de independência de Angola, Cláudia Carioca destacou: “Nós queremos agradecer pelo convite de estarmos junto com vocês neste momento. Porque eu acredito que é um momento muito especial. O momento em que nós podemos refletir de forma coletiva, conjunta, junto com os nossos, sobre o nosso papel, sobre a nossa identidade, sobre aquilo que nós somos e aquilo que nós podemos ser, sempre considerando as nossas raízes. E isso é muito importante, quando vocês falam com o hino de união, quando vocês falam com o hino de luta, de força, de coragem. Nós esperamos tudo isso de vocês. Nós esperamos, nós confiamos que vocês vão fazer a diferença não aqui no Brasil, mas no país de vocês. É para isso que a Unilab existe. Para capacitar meninos e meninas que têm a coragem e a ousadia de deixar a sua família, seus entes queridos, seus amigos, para virem pra tão distante, no interior do Ceará, no interior da Bahia”.

Já o presidente da Associação dos Estudantes Angolanos na Unilab reconheceu que o papel da sua geração é manter vivo o patriotismo para as gerações futuras. “Todos nós sabemos que graças aos céus ou seja a quem for, dependendo das nossas crenças, nós crescemos com algum teor cívico, ou alguma possibilidade de conhecer as coisas como, por exemplo, ver os símbolos da república como parte importante das nossas vidas, e creio que grande parte dos angolanos, pelo menos até a nossa geração, temos de alguma forma ainda esse espírito patriota dentro de nós e é necessário que utilizemos isso para passar para as outras gerações. Então, falar da importância da independência para as nossas vidas é falar sobre a possibilidade de sermos livres, a possibilidade de temos nosso país como inicialmente foi concebido. Conseguimos construir um país desde 11 de novembro de 1975, e temos, com o passar do tempo, lutado para manter essa independência e pelo menos já gravamos a soberania do nosso país. E eu acho que isso é o mais importante, bem mais importantes de sermos independentes, é sermos soberanos e não apenas independentes”, disse Amarildo Diva.

Quando se fala em soberania, fala-se, necessariamente, em luta , luta por dias melhores, luta para manter tudo aquilo que, à custa de muito suor e até mesmo sangue, foi conquistado, não podemos, como disse a profa. Dra. Kaline Girão, abrir mão da melhor e da mais potente de todas as armas. “Fala-se muito em luta, e hoje também nós estamos aqui lutando com uma arma. Vocês sabem qual é a nossa arma? Diferente de armas de fogo, armas que ferem, que machucam, que violentam, a nossa arma é aquela que traz luz, que encandeia, incendeia, que é a educação. E hoje estamos aqui, todos nós, enquanto professores, enquanto discentes, enquanto gestores, possibilitando que essa arma, que é a educação, que já disse Nelson Mandela é a arma mais poderosa que a gente pode ter, que a gente nunca a perca de vista, ela tem que ser sempre possibilitada. E é isto o que é a gente tem feito. Todos nós estamos aqui hoje com esse propósito de luta, luta pela educação, luta pela nossa independência também, nossa independência financeira, nossa independência enquanto indivíduo, enquanto cidadão do mundo. Então, eu parabenizo, não apenas Angola, mas a todos vocês hoje, vocês são também motivos de celebração, parabéns a Angola, parabéns a todos nós”, ressaltou Girão.

Por sua vez, o pró-reitor de Graduação, preferiu destacar a parceria, a comunhão de interesse entre o Brasil e Angola no campo da educação como um marco para ser fortalecido no dia a dia. “Como gestor vejo com muita alegria essa independência que hoje comemoramos aqui. Digo isso porque muitas universidades executam seleções e trazem alunos internacionais, por meio do PEC-G, mas acredito que dificilmente eles vão ter em suas universidades momento similar a esse como a gente está tendo aqui hoje. (…) Aproveito para dizer também que enquanto Gestão a gente está aqui para somar junto com vocês, aprender com vocês, porque a gente aprende sim e muito. E, mais do que isso, a gente tem buscado conhecer os sistemas de educação dos países parceiros, entender como é que as universidades atuam, como é que validam o diploma, como é que executam suas políticas, vendo o que é que dá para ser executado ou não”, disse Thiago Moura.

Sobre Angola e sua Independência*   

Angola é um país localizado na costa austral de África e foi invadida e ocupada pelos portugueses no ano de 1575, com a chegada de navios comandados por Paulo Dias de Novais a Luanda. Neste ano o território conheceu o início do processo colonial e desde o período, várias forças de resistência local surgiram no intuito de se desfazer do jugo colonial. As individualidades e outras forças que surgiam para a luta de independência de Angola eram prontamente aniquilidas e presas pelo regime colonial português.

Dessa forma, se mostrou necessária a articulação de grupos de resistência maiores e melhor organizados. Na década de 50 começaram a surgir os primeiros movimentos de libertação, dos quais os principais são a UNITA, MPLA e FNLA. No ano de 1961 foi registrado um dos maiores atos de resistência e luta contra o poder colonial, com o ataque da cadeia de São Paulo por grupos de homens e mulheres armados, no intuito de libertarem presos políticos mantidos em cativeiro pelo então governo português em Angola.

Após vários anos de luta e resistência, em 11 novembro de 1975 o território alcançou a independência e foi proclamada a fundação da República Popular de Angola, atual República de Angola. Desde então, o país vem buscando a sua recuperação, crescimento e desenvolvimento que foi interrompido pelo processo colonial e pela guerra civil que durou de 1975 a 2002. Assim, é necessário que nos lembremos desses momentos da história do nosso país, do país dos nossos pais e irmãos, para então lutarmos pela (re)construção de uma Angola melhor para todos os angolanos.

*Texto apresentado pela Associação dos Estudantes Angolanos na Unilab.

Programação Completa das Comemorações pela Independência de Angola. 

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