Egresso da Unilab apresenta trabalho de destaque no XII Congresso Brasileiro de Agroecologia
Ver e constatar a trajetória exitosa dos egressos da Unilab é, certamente, uma prova inconteste do compromisso institucional desta Universidade com a sua missão de “formar recursos humanos para contribuir com a integração entre o Brasil e os demais países membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), especialmente os países africanos, bem como promover o desenvolvimento regional e o intercâmbio cultural, científico e educacional. Assim, mais uma página dessa bela história é escrita com a participação do egresso guineense Sanhá João Correia, vinculado ao Projeto Fortalecimento do Ensino, Pesquisa e Extensão para a Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional na CPLP e na Unilab (Consan), como convidado e apresentador de trabalho no XII Congresso Brasileiro de Agroecologia.
Sanhá Correia, que é engenheiro agrônomo formado no curso de Agronomia da Unilab e atual coordenador operacional das atividades da ONG Tiniguena em Áreas Marinhas Protegidas na Guiné-Bissau, marcou presença no XII Congresso Brasileiro de Agroecologia (CBA), realizado no Rio de Janeiro, com o trabalho “Proteção da biodiversidade face aos desafios da agricultura familiar resiliente ao clima nas ilhas Urok”.
Seu trabalho tem como um dos objetivos aumentar a capacidade de adaptação da agricultura familiar nas ilhas Urok para enfrentar os desafios das alterações climáticas e garantir a segurança alimentar, o rendimento econômico dos agricultores, e a sustentabilidade ambiental dos sistemas de agricultura familiar de base agrogeológico.
Além disso, Correia, que também participou como palestrante no grupo de trabalho sobre os “Povos Tradicionais Ancestralidades e Territórios”, agradeceu o apoio recebido desta universidade: “Para eu chegar ao congresso tive o apoio da Unilab, através do projeto de soberania alimentar e nutricional, que é coordenado pela professora Jacqueline (Santos)”.
Em seguida, ele deu mais detalhes da sua pesquisa: “o trabalho [apresentado] tratava da proteção da biodiversidade face as mudanças climáticas no arquipélago de Bijagós. Como nós sabemos, nos últimos anos, as mudanças climáticas são evidentes quase em todo parte do mundo, mas, no nosso caso, que trabalha nessas ilhas, nas áreas de conservação, nós percebemos que as pessoas mais vulneráveis a essas mudanças são as pessoas que habitam nas ilhas de Bijagós. E dentre dessas pessoas existem a questão das mulheres que são muito mais vulneráveis também a essas questões. Por exemplo, aqui na Guiné é muito comum nos interiores ver uma mulher acorda primeiro de manhã e começa a trabalhar e trabalha quase o dia todo em relação aos homens. Foi, portanto, nessa perspectiva que eu escrevi esse trabalho para o congresso, para explicar um pouco da nossa pesquisa não só a nível de conservação da biodiversidade, mas assim como a nível da agricultura, a nível do próprio desenvolvimento local”.
O ambiente da pesquisa
O Arquipélago Bijagós é caracterizado pelas espécies emblemáticas e ameaçadas de extinção.
- É o segundo local mais importante para as aves migratórias.
- É o primeiro local de nidificação das tartarugas verdes na África.
- Último refúgio para peixes ameaçados
A dimensão cultural e a conservação dos recursos naturais são os pilares que sustentam o processo de governação participativa da AMPC das ilhas Urok, em Guiné-Bissau.
Sobre o Consan
O Projeto Fortalecimento do Ensino, Pesquisa e Extensão para a Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional na CPLP e na Unilab (Consan) é um dos projetos internacionais vinculados à Pró-reitoria de Relações Institucionais e Internacionais (Proiner). Ele visa promover a consolidação de uma rede de Segurança Alimentar e Nutricional na CPLP, além de fomentar o debate e a promoção de ações de segurança alimentar nas comunidades do entorno da Unilab, nos campi do Ceará e da Bahia. Conta com o apoio da Fundação Cearense de Pesquisa e Cultura – FCPC.
Sobre o congresso: https://cba.aba-agroecologia.org.br.