Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira
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TCC de egresso da Unilab vira artigo científico sobre nova espécie de aranha, publicado na Zootaxa

Data de publicação  03/06/2025, 15:45
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O artigo “Cryptachaea pacoti, uma nova espécie de aranha do Brasil (Araneae: Theridiidae), com notas sobre a interação parasitoide-hospedeiro sob a influência de fatores abióticos” foi publicado na revista Zootaxa, periódico de renome na comunidade científica por publicar especies novas. O texto é fruto do trabalho de conclusão de curso de Fláildo da Silva Araújo, agora graduado em Ciências Biológicas e então bolsista de iniciação científica do Pibic da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab). O artigo teve parceria com a Universidade Federal do Ceará (UFC) e o Instituto Butantã, contando com os co-autores Antônio Brescovit, Luis Pereira, German Villanueva-Bonilla e o professor da Unilab Jober Sobczak.

Artigo aborda a nova espécie de aranha do Brasil e a interação com a vespa parasitoide Zatypota riverai.. Imagem extraída do artigo científico.

O estudo foi realizado no Sítio São Luiz – situado na Área de Proteção Ambiental (APA) do Macico de Baturité, estado do Ceará -, local caracterizado por um ambiente único, onde a altitude cria condições climáticas favoráveis ​​à existência de um enclave de Mata Atlântica em meio à caatinga semiárida, com alta biodiversidade e altas taxas de endemismo, ou seja, de espécies que só ocorrem nesses lugares.

Nesse cenário foi encontrada – e descrita no artigo – uma nova espécie de aranha, Cryptachaea pacoti n sp. Os pesquisadores também observaram a interação entre a aranha e a vespa parasitoide Zatypota riverai. “O abrigo protetor que a aranha cria em folhas secas aparentemente não é 100% eficaz contra vespas parasitoides como Z. rivarai, visto que, em alguns meses, a taxa percentual de parasitoidismo chegou a 20%. Além disso, constatamos que a incidência de aranhas parasitadas, bem como a taxa de parasitismo, ocorrem principalmente entre maio e abril. Constatamos também que a taxa de parasitismo está positivamente correlacionada com a precipitação mensal na área de estudo”, informam os autores.

A pesquisa ocorreu na região do Maciço de Baturité, no estado do Ceará, nordeste do Brasil.

Os pesquisadores consideram a possibilidade de que as aranhas apresentem padrões sazonais que envolvem variações na abundância de acordo com o tipo de formação florestal. “Assim, embora a região do estado do Ceará apresente características típicas do bioma Caatinga, com estação seca, períodos mais quentes e baixa precipitação, os Brejos de Altitude atuam como enclaves úmidos de Mata Atlântica no caso do Maciço de Baturité, que mantêm os níveis de umidade mesmo durante os períodos quentes e secos do ano. (…) Dessa forma, essas florestas de terras altas funcionam como refúgios para muitas espécies, incluindo aranhas e seus parasitas e parasitoides”, destacam. 

A pesquisa teve o apoio da Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Funcap) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), além da colaboração das proprietárias do Sítio São Luiz e dos membros de iniciação científica do Grupo de Pesquisa em Ecologia e Recursos Naturais, que participaram das expedições e coletas.

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