Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira
Universidade Brasileira alinhada à integração com os países membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP)

VII Conferência Internacional dos Estudantes Guineenses de Ciências Humanas tem mesa de abertura voltada para descolonização

Data de publicação  14/08/2025, 19:15
Postagem Atualizada há 3 meses
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Mesa de abertura da VII Conferência Internacional dos Estudantes Guineenses de Ciências Humanas na Unilab. Foto: Secom/Unilab.

A VII Conferência Internacional dos Estudantes Guineenses de Ciências Humanas na Unilab está ocorrendo entre 12 e 15 de agosto, na Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab), com o lema Desafios das Ciências Humanas na Guiné-Bissau: luta pela emancipação da colonialidade do saber e do poder.

Durante a mesa de abertura, a necessidade de descolonização foi afirmada pelos participantes: o pró-reitor de Relações Institucionais e Internacionais, professor Sabi Bandiri, representando o reitor da Unilab, Roque Albuquerque; o pró-reitor de Extensão, Arte e Cultura (Proex), Ricardo Ossagô; a diretora do Instituto de Humanidades (IH), Luma Andrade; o coordenador de Arte e Cultura da Proex, Nixon Araújo; e os estudantes Mamadú Jaló, membro da comissão organizadora do evento, e Venâncio Ié, da Associação dos Estudantes Guineenses na Unilab (Aegu).

Sabi Bandiri elogiou a longevidade do evento e citou o psiquiatra e filósofo martinicano Frantz Fanon. “Fanon diz que cada geração é convidada a conhecer sua missão e a cumpri-la ou trai-la. Estamos empenhados em cumpri-la”, afirmou, citando o fato de que, atualmente, os quadros de Guiné-Bissau já são em grande número formados na Unilab, no Brasil, em vez de formados na China ou Rússia, como acontecia há alguns anos.

Ricardo Ossagô também ressaltou a formação crítica que a Unilab confere aos estudantes e que continua repercutindo a partir dos egressos. “Alunos egressos iniciaram debates descoloniais na Unilab com a conferência e seguem com o debate mesmo após saírem. A Unilab hoje está em todos os estados da federação a partir desta formação que os egressos levam com eles, além de os guineenses serem maioria dos africanos na universidade”, afirmou.

Citando o filósofo Michel Foucault, a diretora do IH, Luma Andrade, afirmou que o poder é conquistado, não dado por alguém, e que é preciso descolonizar saberes e o poder. “Nós temos que pensar que temos poder, mas ninguém pode caminhar sozinho. Quem vai caminhar com você? A quem vai se aliar? Seja humano, com a capacidade de transformar o seu lugar. Cada um de vocês é Amílcar Cabral. O que vamos fazer para nós e o nosso próximo?”, questionou.

Reforçando a importância do agir coletivo, Nixon Araújo sublinhou o esforço conjunto para a realização do evento, que reúne diferentes vozes e perspectivas e tem o apoio da Proex, integrando o Projeto IndependênciaS. “(a conferência) reafirma a essência da nossa universidade: um espaço de integração, diálogo e construção coletiva do conhecimento. Que esta conferência seja mais um passo na consolidação das parcerias que sustentam o nosso trabalho e no fortalecimento do compromisso da Unilab com a transformação social. Que, juntos, possamos seguir construindo caminhos de emancipação, justiça e pertencimento”, disse.

Os estudantes Mamadú Jaló e Venâncio Ié destacaram a atuação comprometida com a descolonização dos egressos da Unilab em seu retorno à Guiné-Bissau e a importância de desconstruir preconceitos contra profissionais da área de Ciências Humanas.

Confira a programação completa do evento.

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