Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira
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Professores e estudante da Unilab publicam artigo em revista internacional sobre aranha do Maciço de Baturité/CE

Data de publicação  13/05/2021, 17:21
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Os professores Jober F. Sobczak e Jullyana Sobczak, do Instituto de Ciências Exatas e da Natureza (Icen), da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab), e o estudante do curso de Ciências Biológicas e bolsista do projeto Bolsa de Produtividade em Pesquisa (BPI), Márcio Faustino, assinam o artigo Behavioral manipulation of the spider Macrophyes pacoti (Araneae: Anyphaenidae) by the araneopathogenic fungus Gibellula sp. (Hypocreales: Cordycipitaceae), com a participação ainda do pesquisador German Villanueva, bolsista de pós-doutorado em Ecologia da Universidade de Campinas (Unicamp).

Publicado na revista Canadian Journal Zoology, o artigo é fruto de trabalho de dissertação de mestrado do aluno Ítalo Arruda, defendido no Programa de Ecologia e Conservação PPGERN-UFC, com a orientação de Jober Sobczak, da Unilab.

No artigo, os pesquisadores descrevem pela primeira vez que o fungo Gibellula sp., que utiliza aranhas como suas hospedeiras (ou seja, araneopatogenico), é capaz de induzir uma mudança de comportamento na aranha Macrophyes pacoti. A modificação comportamental consiste em uma mudança de local onde normalmente a aranha vive: aranhas não parasitadas pelo fungo tendem a permanecer em uma região da floresta mais próxima do solo, galhos e folhagem. Contudo, as aranhas parasitadas são encontradas em extratos mais acima da vegetação, indicando que fizeram, em um dado momento, esse deslocamento vertical na floresta.

“Somente aranhas parasitadas pelo fungo fazem esse comportamento de subir mais alto na vegetação. Foram observadas mais de 2.500 aranhas e nossa hipótese é que esse comportamento alterado é uma consequência da ação do fungo, através de biomoléculas que são capazes de alterar o comportamento do hospedeiro. Esse tipo de alteração comportamental é também encontrado, por exemplo, em formigas parasitadas por fungos entomopatogênicos, que são aqueles que atacam insetos, como os fungos do gênero Cordyceps”, explica Jober Sobczak.

Histórico da pesquisa

O primeiro registro de aranhas parasitadas por esse fungo no Maciço de Baturité ocorreu ainda em 2015, no sítio São Luiz-Pacoti, quando a equipe do laboratório de Ecologia e Evolução participava de uma das expedições científicas para coleta de plantas para o Herbário da Unilab, juntamente com a equipe da professora Jullyana Sobczak, coordenadora do Grupo de Pesquisa em Biologia Vegetal.

Em 2018 foi publicado na revista Zootaxa a espécie Macrophyes pacoti, em homenagem à cidade de Pacoti, no Maciço de Baturité, e também para chamar a atenção da importância das matas úmidas do Ceará.

A espécie também foi tema da dissertação de Ítalo Arruda, defendida em 2019. O trabalho contou com o apoio da Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Funcap), por meio do edital Bolsa de Produtividade em Pesquisa (BPI) de apoio à interiorização da pesquisa, através da bolsa de produtividade do professor Jober Sobczak, o que possibilitou que esses e outros 12 artigos fossem escritos e publicados sobre a região.

“Vale a pena ressaltar que existem inúmeras interações que ainda não foram descritas nessas matas de altitude do estado do Ceará e que a Unilab e o curso de Biologia, com a sua proximidade com essas áreas, desempenham um papel importante para o conhecimento e conservação da biodiversidade desses locais”, afirmou Jober.

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