Embaixador de Moçambique no Brasil e comitiva visitam Unilab e comemoram acordo de cooperação
A Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab) recebeu, na última semana, visita do embaixador de Moçambique no Brasil, Gamiliel Munguambe, e da diretora do Instituto de Bolsas de Estudo de Moçambique (IBE), Carla Caomba, junto com servidores da instituição. A comitiva veio à universidade por ocasião do acordo de cooperação celebrado entre Unilab e IBE, que garante anualmente a estudantes oriundos de Moçambique 150 bolsas para graduação e 22 bolsas para pós-graduação.
Os estudantes bolsistas chegaram à Unilab no dia 17 de março, sendo os primeiros discentes com bolsas concedidas a partir de acordo de cooperação entre a Unilab e um país africano – acordo semelhante já havia ocorrido com Timor-Leste, país asiático de língua portuguesa, também parceiro da Unilab.
O embaixador de Moçambique no Brasil, Gamiliel Munguambe, sublinhou a rapidez com que o acordo foi celebrado, menos de dois anos após o início das tratativas. “A Unilab fez campanha diplomática para isso e [o acordo] me enche de emoção e satisfação, mostra que nosso trabalho é possível”, afirmou. Munguambe ressaltou a importância de providenciar educação de qualidade para todos, apoiando pessoas de origens as mais diversas – o acordo de cooperação prevê distribuição de vagas entre as províncias de Moçambique, de modo a oportunizar bolsas para estudantes camponeses.
A diretora do IBE, Carla Caomba, agradeceu a parceria e disse sentir-se em casa. “Foi uma relação à primeira vista de solidariedade e irmandade e estamos a ver a acolhida que os outros estudantes dão aos nossos. Educação não é só técnica, mas educação de valores. Com certeza fizemos uma boa escolha em estreitar relações com a Unilab, pois os jovens sairão daqui formados e íntegros”, disse.
Reitor da Unilab, Roque Albuquerque destacou que a parceria é fruto de trabalho das duas instituições e reflete o DNA da universidade, intrinsecamente ligada à internacionalização. “A Unilab é uma universidade em expansão. Todas as 69 universidades federais sofreram cortes, mas nossa ação tem sido na contramão das outras universidades: enquanto elas encolhem, nós crescemos e é pelo trabalho”, afirmou, citando a destinação de R$3,7 milhões para obras de infraestrutura no Campus dos Malês, em São Francisco do Conde/BA.
Um ponto do acordo de cooperação ressaltado por Albuquerque é a possibilidade de intercâmbio de técnico-administrativos e professores pesquisadores. “Podemos receber professores de Medicina de Moçambique em mobilidade, por exemplo, e aqui eles estariam na residência médica para trocar experiência e realizar pesquisas que têm relação com o país de origem para até realizá-las em nossos laboratórios”, sublinhou.
A vice-reitora, Cláudia Carioca, considera que esse é um momento histórico, por se tratar da concretização da internacionalização prevista na lei de criação da Unilab. “Moçambique acolheu a proposta e tem a primazia de iniciar esse processo que sela todo o trabalho feito por essa gestão. Destaco o ensino: somos uma autarquia federal pública com ensino de qualidade, 98% dos nossos docentes são doutores. Isso mostra a excelência do ensino”, pontuou.
Pró-reitora de Relações Institucionais e Internacionais, a guineense Artemisa Monteiro celebrou de o fato de a Unilab receber, pela primeira vez após a sua implantação, um embaixador de país parceiro. “Que seja a primeira vez de muitas e que os demais países parceiros se sensibilizem. O acordo nos dá mais fôlego e aproveitamos para reafirmar que a Unilab merece atenção dos países africanos para que possa dar continuidade à sua missão”, declarou. O pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação, Olavo Garantizado, afirmou que será feito um esforço para unificar a seleção dos programas de pós-graduação da Unilab, o que facilitaria a participação de candidatos moçambicanos.
Instalações da Unilab
A comitiva visitou as instalações da Unilab no Ceará – Campus da Liberdade e Campus das Auroras, em Redenção/CE, e Unidade Acadêmica dos Palmares, em Acarape/CE.
No Campus das Auroras, a visita foi guiada pelo diretor do Instituto de Ciências da Saúde (ICS), Thiago Moura, que apresentou as salas de aula e laboratórios, Restaurante Universitário, biblioteca, auditórios e Centro de Atenção à Saúde Especializada (Caes), para prática dos alunos de cursos de Saúde e atendimento à comunidade externa. Atualmente, o ICS oferta o curso de Enfermagem, avaliado com nota máxima pelo Ministério da Educação (MEC) e Farmácia, que ainda não teve turma concludente, além de estar nas tratativas finais para abrir o curso de Medicina. “Estamos fazendo concurso para professores e alinhando com os países parceiros os regramentos, para que possam ser contemplados na formação em Medicina. A primeira turma deve começar em agosto deste ano”, informou.